Eu sei que muitos de vocês acreditam que elas não existam, além daquela que fica ao lado do vaso, no banheiro. Mas elas existem, sim, meus amigos. Estão espalhadas pelo mundo, muitas delas solitárias, aguardando um mísero papel de bala, um canhotinho, a notinha, o bilhete, um chiclete mascado, o folheto de propaganda... qualquer coisa!
Talvez vocês tenham sido condicionados a acreditar que elas são extintas, e nem dêem a oportunidade de encontrar uma delas antes de despedir-se do seu lixo. Talvez tenham lhes dito que não fazia mal jogar o lixo na rua, porque deve existir alguém pra varrer. E mais, é só um papelzinho...
Só que o lixo é seu, amigão. O lixo é sua propriedade. Não acredito que você vá dispensá-lo com tamanho descaso, deixando que ilustre o chão da sua cidade com suas particularidades. Por favor, tenha mais cuidado com suas coisas. Se vai mesmo desfazer-se de seu precioso tufinho de papeis amassados, que ficaram no seu bolso durante toda a semana, então ao menos dê-lhe a dignidade de ser jogado onde ninguém possa ver. Alí, dentro daquela lata.
Às vezes pode parecer que as latas de lixo escondem-se provisoriamente. Mas seja resignado, vire mais uma esquina, suba e desca as escadas, dê mais dez passos, olhe bem atrás dos bancos do ônibus e veja se não tem alguma assoviando, encostada no poste. À toa.
Vamos dar ocupação a essas folgadas, ora bolas! Quem pensam que são, para nos custar dinheiro, e ficarem alí sem fazer qualquer coisa. Sem produzir. Produzam vocês o seu lixo e dêem a essas desocupadas o que fazer!
Não deixem de procurá-las e, se vocês não acreditam em mim, perguntem a qualquer um que lhes pareça limpo (sim, é preciso ser limpo para fazer uso de latas de lixo) se elas existem ou não.
Um grande abraço a todas as latas de lixo queridas da cidade de São Paulo: muack! Vejo vocês por aí!
ou se realmente não acha-las, não custa nada carregar um saquinho com as porquices pessoais, e quando chegar em casa (ou no escritório, dentista, shopping, etc)jogue na lixeira mais próxima!
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